Exu do Lixo

Exu do Lixo é um espírito pertencente ao Reino da Lira e pouco conhecido devido não ter muitos médiuns, mas tem uma excelente força dentro da magia, assim como todo o Povo do Lixo.

Sua forte atuação é nos relacionamentos, e principalmente, em situações onde já estão totalmente desgastadas. Exu do Lixo ensina sobre autovalorização e a necessidade de reciclar apenas aquilo que se pode controlar.

O Povo do Lixo costuma trabalhar muito com demandas, pois é no lixo que certas pessoas querem por as outras, além de ser no Lixo que encontramos de tudo, inclusive riquezas que podem ter sido perdidas ou esquecidas.

Dentro da magia costuma ser procurado por aqueles que estão cumprindo detenção, garotos(as) que já foram de programas sexuais e querem sair desta situação, pessoas que estão em empregos degradantes ou que não se sentem bem, como podemos perceber é um Exu que lida com limpezas, ajuda na honra e na autoestima. Exu do Lixo pode ser invocado para devolução de forças negativas, enviando o lixo de volta para quem o enviou.

Exu do Lixo é um ancestral que nos ensina quando é hora de se limpar de certos resíduos acumulados em nossa alma. Este Exu tem forte aproximação com Exu do Lodo, porém Exu do Lixo atua em zonas mais urbanas, já no caso do Exu do Lodo na parte mineral.

Em algumas vertentes de Kimbanda o Povo do Lixo costuma ser chefiado pelo Exu Ganga e em outras é chefiado pelo Exu Mulambo e Pombagira
Mulambo.

Você pode cultuá-lo próximo onde tenha muitos lixos, basta colocar um copo com aguardente (marafo) e um cigarro. Algumas pessoas costumam pôr em cima do lixo, porém não recomendamos caso tenha muitas sacolas plásticas para evitar um incêndio.




Exu Sete Porteiras

Esta entidade é um tipo de espírito considerado guardião, justamente por ele ser encarregado de guardar e proteger tudo o que está fechado: caminhos, segredos, portas. Tem o poder de abrir os caminhos das pessoas que o procuram, e também pode fechar as portas, caminhos, destinos daqueles que o desagradam, por isto exige muito respeito ao se direcionar a este Exú. Nas giras ele costuma ser muito arredio, fala pouco, mas é um excelente ouvinte: dizendo sempre a verdade, e não o que necessariamente o consulente quer escutar.

Senhor Sete Porteiras domina as sete fronteiras, tem como poder de abrir ou fechar suas portas, caminhos ou destinos. Tem também a força de guardar os sete portais astrais, fazendo companhia a mais seis Exús guardiões com essa finalidade.

Muitos ensinam que o Senhor Sete Porteiras apenas toma conta das portas das Calungas Pequenas (cemitérios), porém como o próprio nome diz, a palavra “porteira” refere-se a porta ou passagem. E assim, o Exú Sete Porteiras cuida de diversas passagens, portas ou portais nos planos espirituais. Podemos definir que ele é o intermediário entre dois planos, sejam eles espirituais ou terrenos.

🎵 PONTO CANTADO 🎵
Portão de ferro cadeado de madeira (2x)
Seu Exú toma conta, Exu presta conta, Seu Exu olha a nossa porteira (2x).

 

Ponto cantado para Exu Sete Porteiras

🎶 Cadê a chave, do Seu Sete Porteiras (X2)
Ele precisa passar, ele é Seu Sete Porteiras (X2) 🎶
🎶 Cheguei cheguei pra trabalhar
Cheguei cheguei pra ajudar🎶

🎶 Eu não como, eu não bebo, eu não durmo,
enquanto esses filhos não curar (X2)
Vou abrir a porteira, vou abrir pra ele passar 🎶

🎶 Seu Sete Porteiras é curadô e veio pra nos ajudar (X2)
Cheguei cheguei pra trabalhar🎶
🎶 Cheguei cheguei pra ajudar
Eu não como, eu não bebo, eu não durmo,
enquanto esses filhos não curar (X2)🎶

🎶 Vou abrir a porteira, vou abrir pra ele passar
Seu Sete Porteiras é curadô e veio pra nos ajudar (X2) 🎶

Ponto riscado.




Exu Pantera Negra e seus valores culturais

O Exu Pantera Negra é um grande chefe que comanda a linha dos Caboclos Quimbandeiros, mas as suas raízes estão ligadas fortemente a cultura indígena e a fatores culturais que foram agregados pela mistura de troca de conhecimentos e elementos por diversos povos. Há no processo histórico povos indígenas que acreditavam que quando um de seus guerreiros morressem, reencarnaria em um animal que tivesse maior ligação e continuaria protegendo as aldeias e a conexão com a natureza iria se manter, por isto que em muitos ensinamentos xamânicos é dito que ‘há um animal em nossa jornada que é um reflexo do nosso ser’. Acreditamos que o Exu Pantera Negra teria sido um guerreiro que ao morrer, sua energia se interligou ao animal Pantera Negra. Os Exús são espíritos mensageiros que se podem apresentar de diferentes formas, sendo ela na forma humana ou animal, e muitos dos que são ligados ao Reino das Matas costumam poder ver aparições ou sonhar com a sua entidade numa forma animal.

Sem sombras de dúvidas, temos Exús e Pombas Giras que possui seus animais de ligação, onde são formas encantadas de manifestações, um exemplo emblemático é o Exu Morcego, pode se apresentar através de sinais, com um morcego e há magias feitas com morcegos voltado a esta entidade. Exú Pantera Negra não é tão diferente, é um guerreiro indígena que pode aparecer para seus cultuadores numa forma de Pantera Negra ou em suas possessões espirituais em seus médiuns, apresentar comportamentos que nos interliga à Pantera.

Existe muitos autores que citam o Exu Pantera Negra, devido ser muito conhecido nos livros de Quimbanda pelo mundo, mas não é tão comum na prática presenciarmos filhos desta entidade, o autor Danilo Coppini em suas pesquisas, trouxe alguns elementos histórico em seu livro (página 374/376)  que nos ajuda a aprofundar sobre as origens do Exu Pantera Negra, vejamos:

Historicamente, a “Pantera” foi objeto de veneração por diversos povos antigos. Conhecido também como Jaguar, esse felino de grande porte foi símbolo de força e guerra para algumas culturas pré-colombianas. Os povos Olmecas (1500 e 400 a.C.), civilização-mãe de todas as civilizações mesoamericanas cultuava o “Deus Jaguar” como Senhor da Guerra, Dono da Terra e das Florestas; tido como uma das principais deidades desse panteão. Existem relatos de que alguns adeptos multila-vam suas faces para de alguma forma se conectar ao Sagrado Deus.
Na América do Sul, destacamos a cultura Andina como a “nascente” do culto à Pantera Negra. Ao contrário do que a grande maioria pensa, antes da formação tirânica do Império Inca, os povos da Floresta Amazônica e os povos andinos tiveram intensa troca mercantil e cultural. Esse intercâmbio ocorreu durante milênios e apenas com o estabelecimento do Império Inca (Estado) foi que houve uma diminuição significativa, haja vista que os povos amazônicos resistiram à conquista e expansão Inca.

Nesse mesmo período, índios Chiriguanos (Guaranis) provenientes do Paraguai e Bolívia também fizeram suas incursões dentro dos mesmos territórios fronteiriços.
Novamente ocorreram trocas culturais. Posteriormente, seja através de guerras tribais ou de contato ameno, existiram trocas entre os Guaranis e os Tupis e até mesmo dos Tupis com os próprios Incas.
O mito de “Titi” (dialeto Aymara), o Puma/Jaguar sagrado, o animal totêmico do poderoso deus Tezcatlipoca, cuja força e poder mataram os antigos gigantes, foi assimilado pelos povos nativos da bacia amazônica e posteriormente pelas demais tribos que tiveram contato com a religiosidade Inca. O poderoso felino, símbolo
de poder e guerra, tornou-se um expoente do próprio fogo e muitos mitos e lendas foram criados a partir de então. O guerreiro que carregava a pele ou dentes de Pantera era considerado poderoso e inatingível.

Na região da Bacia Amazônica até os dias atuais, existem tribos “Matsés” conhecidas como “povo onça”, que pintam suas peles ou mesmo as tatuam como a pele do felino.
No Continente Africano, segundo a mitologia Bantu, a Pantera (Leopardo) aparece como um dos nove primeiros animais vomitados por “Bumba” no processo formador do mundo. Outras lendas descrevem o felino com o nome de “Osebo”, o leopardo de dentes terríveis. Porém, a mais interessante delas no contexto do processo formador da legião de Exu é a lenda de “Agassou” (o bastardo). Reza a lenda que há muito tempo atrás, uma jovem princesa africana “Alìgbonon” apaixonou-se por uma grande Pantera. Os dois copularam e tiveram um filho chamado “Agassou”. Esse personagem, em noites de “lua cheia” transforma-se em leopardo.
Toda linhagem de “Agassou” (denominada kpòvĭ – filhos do leopardo) carregava o mesmo poder e foram trazidos para as Terras Americanas através do processo escravista. Um desses homens-leopardos fugiu de seu cativeiro e foi se esconder numa remota tribo indígena, dando origem a uma nova linhagem de homens-leopardos.
Agassou é cultuado até os dias atuais, como grande Loa e, em algumas regiões da África, como um poderoso Rei de uma linhagem sagrada. A influência europeia sob as culturas africanas, fez com que alguns acreditassem que Agassou fosse a personificação do próprio arcanjo Cassiel “O Espelho de Deus”, que veio a Terra na forma de um leopardo.
O mito de mulheres que copulavam com Panteras também ocorreu na América pré-colombiana dando origem à lenda dos “homens-jaguares”. Esses cruzamentos são muito similares a lenda dos Nephilins, outra antiga história que retrata seres “semidivinos”.

No território brasileiro, os índios e os negros acabaram fundindo muitos aspectos culturais que, posteriormente foram sincretizados com a cultura europeia. A “Pantera Negra” tornou-se o expoente da força, guerra, proteção e divindade. Por ser negra, os antigos acreditavam que era a poderosa sombra dos antigos Reis que  outrora governavam a Terra. Os mitos dos povos pré-colombianos, amazônicos, africanos e europeus formaram a energia necessária para que o nome, bem como, as qualidades desse felino fossem perfeitas para retratar uma das mais poderosas linhagens de Exu: Os “Exus Pantera Negra”.

PONTO PARA GUERREAR

Ninguém pode com o bicho 🎶
Ninguém pode com a fera
Eu quero ver quem é que pode
Com a falange do Pantera 🎶

Ninguém pode com o bicho 🎶
Ninguém pode com a fera
Eu quero ver quem é que pode
Com a falange do Pantera 🎶

PONTO DE CHAMADA
Ele vem vindo por trás da bananeira (X2) 🎶
Saravá seu Belzebu, Exu Pantera Negra (X2) 🎶

 

• REFERÊNCIA:
COPPINI, Danilo, Quimbanda – O Culto da Chama Vermelha e Preta. 4.ed. São Paulo: Via Sestra, 2023.

 

 




Agrado para Pomba-Gira

Agradar e adoçar a ancestralidade feminina não se trata apenas de amizade e devoção com as Pombas-Giras. Através deste agrado você também pode direcioná-lo em prol de alguém, para que esta pessoa fique doce, calma, amorosa com você.

• Texto – Eduardo Henrique Costa

Modo de preparo – em um alguidar, faça um padê de bombom, por cima do padê enfeite com 3 ou 7 bombons e uma rosa (cor de sua preferência) sem o cabo. Abra uma cidra e despeje em uma taça ou diretamente no chão em volta da oferenda, acenda um cigarro e coloque na borda do alguidar ou num cinzeiro, acenda uma vela branca, faça seus pedidos e seus agradecimentos.

Quando terminar, saia sem olhar para trás. Este agrado pode ser colocado numa encruzilhada aberta, num campo limpo ou em uma casa de Exú, podendo ser também no quintal próximo ao portão do lado esquerdo de quem entra, nunca dentro de sua casa.




Agrado para Exu abrir seus caminhos

Caminhos fechados? Nunca mais! Você pode contar com a ajuda das entidades para abrir seus caminhos e prosperar na vida. Esta receita também pode ser utilizada como forma de devoção e agradecimentos.

• Texto – Eduardo Henrique Costa

 Elementos necessários:
Alguidar médio de barro
Uma caixa de fósforo
Uma cebola grande
Um bife sem pele e sem gordura
Uma garrafa de água ardente
Sete pimentas
Uma vela branca.

 MODO DE PREPARO:

Faça o padê sempre mentalizando seu pedido e coloque num alguidar. Corte a cebola em rodelas e refogue ligeiramente no dendê, faça o mesmo com o bife (espere o dendê esquentar e coloque o bife e vire-o rapidamente). Cubra o padê com as rodelas de cebola e no centro coloque o bife, enfeite com rodelas de cebola crua e as sete pimentas. Ofereça ao seu Exu de fé fazendo seus pedidos, coloque um pouco de cachaça no chão em volta do alguidar e deixe o restante na garrafa, acenda o charuto e arrume-o na borda do alguidar, acenda a vela e saia sem olhar para trás. Este agrado pode ser colocado numa encruzilhada aberta, num campo limpo ou em casa no caso de quem tem casa de Exu ou no quintal próximo ao portão do lado esquerdo de quem entra, nunca dentro de casa.




Banho de Pomba Gira para prosperar

A prosperidade não se resume apenas em ter dinheiro, mas obter energias de continuidade e de impulsionamento que ajude no alcance dos objetivos. Nesta publicação você aprenderá um banho simples e bastante eficaz para prosperar nos relacionamentos e na parte financeira.

É muito bom a utilização nos finais de ano e começo de novo ano, podendo antes do banho oferecer uma rosa amarela para sua Pomba Gira de devoção pedindo prosperidade no setor ou área que busca.

Materiais necessários:
700ml de champanhe;
Essência de rosas amarelas;
Ramo de manjericão fresco.

Modo de preparo:
Ponha o líquido do champanhe numa vasilha, macere bem o manjericão e pingue sete gotas de essência de rosas amarelas. É recomendável que utilize este banho do pescoço para baixo e que não se enxugue, deixe o corpo secar de forma natural.




Banho de limpeza nas forças de Exu

Se você precisar tomar um banho para retirar toda carga negativa, este é o ideal! Utilizado dentro da Kimbanda para diversos tratamentos espirituais. Confira!

Materiais necessários:
Sete folhas de arrebenta cavalo;
200 ml de cachaça ou gim;
Palha de sete cebolas roxas;
Folhas de mangueira (de preferência manga-espada);
Três pitadas bem pequena de pimenta do reino (tomar cuidado que algumas pessoas tem a pele bastante sensível);
Duas folhas de mamona.

Modo de preparo:
Em uma segunda-feira, pegue todos ingredientes e coloque em uma vasilha, macere bem e deixe por sete minutos antes de utilizar. Não é recomendável que molhe a cabeça com este banho, o ideal é que utilize do pescoço para baixo.
Após o banho, deixe o corpo secar de forma natural.

Obs: este banho não deve ser utilizado em crianças ou gestantes.