Pomba Gira da Figueira
A Pomba Gira da Figueira é um espírito de rara incorporação, uma grande conhecedora dos mistérios e segredos da natureza, capaz de conceder prosperidade, sabedoria oculta e auxílio nas causas amorosas.
Essa entidade possui uma forte ligação com a árvore figueira e, para compreendê-la verdadeiramente, é necessário se aprofundar nos estudos sobre essa árvore (clique aqui).
A figueira carrega uma simbologia rica e fascinante em diversas culturas — como no Judaísmo, Budismo e muitas outras. Contudo, em tempos modernos, passou a ser associada a forças sombrias, sendo considerada por alguns como morada de criaturas noturnas e malignas. Essa visão negativa consolidou-se após uma passagem bíblica em que Jesus amaldiçoa uma figueira (Marcos 11:12-14).
Entretanto, em culturas muito mais antigas, a figueira era vista como uma árvore sagrada, símbolo de iluminação, prosperidade e descanso espiritual — um local de bons fluídos e meditação.
Na Kimbanda, assim como no Vodu, acredita-se que existem árvores que funcionam como pontos de cruzamento energético, onde espíritos ancestrais se reúnem em busca de evolução espiritual e conhecimento. Dentro da tradição kimbandeira, a figueira é considerada um portal: por meio de suas raízes, é possível se comunicar com entidades das profundezas do oculto, e através de sua copa, com planos superiores — representando a ascensão e a descida dos espíritos.
Assim como o Cruzeiro das Almas, a figueira é um refúgio ancestral, um ponto de iluminação e caminho espiritual. Ela desperta a vidência e o conhecimento oculto em seus praticantes. Muitos grandes líderes espirituais que marcaram suas religiões em vida possuíam uma forte conexão com essa árvore.
Algumas correntes acreditam que a figueira é o lar de espíritos sombrios e demônios que ali encontraram refúgio e proteção. Dentro das artes ocultas, é comum seu uso em rituais de pacto, proteção e invisibilidade. Há relatos antigos de pessoas que buscaram abrigo sob uma figueira e tornaram-se invisíveis aos olhos de seus perseguidores — como se estivessem envoltas por uma sombra mágica.
A Pomba Gira da Figueira e sua legião de espíritos femininos são muito antigas. Vivenciaram passagens milenares pela Terra e alcançaram um elevado grau de sabedoria e discernimento. Elas exercem a função de protetoras das raízes do culto, guardiãs do conhecimento ancestral e das práticas mágicas proibidas.
Isso não significa que tenham sido mulheres idosas em vida — essas geralmente se associam a outras falanges, como a de Tata Mulambo, entre outras.
Seus praticantes recorrem a ela em busca de força, discernimento, conexão ancestral, saúde, equilíbrio material e harmonia. Diferentemente de outras falanges, como Maria Mulambo ou Maria Navalha, a Pomba Gira da Figueira raramente atua em demandas diretas — mas, quando o faz, sua intervenção pode ser letal. Ligada ao conhecimento oculto e proibido, ela tem o poder de acessar o estado mental do adversário, levando-o ao adoecimento físico e espiritual.
Por trabalhar com as forças enraizadas da figueira, também pode influenciar o corpo físico, provocando doenças no sistema linfático ou desequilíbrios no sangue — manifestações conhecidas como magias de envenenamento.
🎵 PONTO CANTADO 🎵
🎶 Foi em uma estrada velha, na subida de uma serra,
Numa noite de luar (de luar, de luar)… 🎶
🎶 Pomba Gira da Figueira, moça bela e faceira,
Dava o seu gargalhar… 🎶
🎶 Ela é mojubá, ela é mojubá,
Ela é mojubá, ela é mojubá. 🎶