Conhecido em algumas regiões como “Exu das Sete Cruzes” e nas Kimbandas que possuem egregoras cabalísticas esta entidade recebe o nome de “Merifild“.
Em nossa tradição não é o espírito mais indicado para ser invocado ou ser pronunciado o seu nome por pessoas que não sejam altamente preparadas, pois ele é o responsável por buscar as almas após a morte, principalmente daqueles que cometeram suicídios. O autor Aluízio Fontenelle, (já desencarnado), também desaconselha a invocação deste Exu, por ele ser ligado às torturas das almas, inclusive o mesmo afirma que foi este espírito o responsável pelos sofrimentos dos últimos momentos de Jesus Cristo na cruz.
Nos templos de magia, costumam recorrer a este Exu nos pedidos que sejam para que alguma pessoa tenha uma morte violenta ou para causar torturas em psicopatas, estupradores e etc. Na Kimbanda existe uma lei férrea que “quem deve paga” e aqueles que ferem também serão feridos, ou seja, quando queremos atacar quem não nos atacou, não há justiça e estamos sujeitos a receber pelo mal praticado. Reitero mais uma vez, alertando que pessoas de mente fracas não trabalhe com este Exu para justamente evitar enlouquecerem.
Exu Sete Cruzes é ligado ao Reino dos Cemitérios, responsável por zelar nas entradas dos cemitérios e por receber todos os espíritos de assassinos, cometedores de suicídios ou das maiores atrocidades, por isso este Exu sempre traz na sua presença as almas perturbadoras e em sofrimentos, embora não seja um dos integrantes da Linha de Omolu.
Por ser um Exu ligado às mortes, tem o poder de transportar espíritos ou pessoas onde quiser, podendo levá-los a lugares torturadores e fazendo lembrarem de todo mal praticado no passado.
Cantiga para aplicar punições
A cruz do inferno queima 🎶
E meu Exú aparece
A cruz do inferno queima
E meu Exú aparece 🎶
Laroiê Laroiê Laroiê minha Kimbanda 🎶
Exu Sete Cruzes aplica o mal a quem merece
Laroiê Laroiê Laroiê minha Kimbanda
Exu Sete Cruzes aplica o mal a quem merece 🎶
Cantiga para chamada
Seu Sete Cruzes é homem forte 🎶
Homem forte ele é
Seu Sete Cruzes é homem forte
Homem forte ele é 🎶
Na força do Maioral ele vem surgindo
O meu saravá pro torturador do Lúcifer 🎶
Na força do Maioral ele vem surgindo
O meu saravá pro torturador do Lúcifer 🎶
Cantiga pro Sete Cruzes
Exu das Sete Cruzes
Das Sete Cruzes ele é! 🎶
Carrega as Sete Cruzes,
Auê Auê para o compadre Lúcifer. 🎶
Exu do Lixo
Exu do Lixo é um espírito pertencente ao Reino da Lira e pouco conhecido devido não ter muitos médiuns, mas tem uma excelente força dentro da magia, assim como todo o Povo do Lixo.
Sua forte atuação é nos relacionamentos, e principalmente, em situações onde já estão totalmente desgastadas. Exu do Lixo ensina sobre autovalorização e a necessidade de reciclar apenas aquilo que se pode controlar.
O Povo do Lixo costuma trabalhar muito com demandas, pois é no lixo que certas pessoas querem por as outras, além de ser no Lixo que encontramos de tudo, inclusive riquezas que podem ter sido perdidas ou esquecidas.
Dentro da magia costuma ser procurado por aqueles que estão cumprindo detenção, garotos(as) que já foram de programas sexuais e querem sair desta situação, pessoas que estão em empregos degradantes ou que não se sentem bem, como podemos perceber é um Exu que lida com limpezas, ajuda na honra e na autoestima. Exu do Lixo pode ser invocado para devolução de forças negativas, enviando o lixo de volta para quem o enviou.
Exu do Lixo é um ancestral que nos ensina quando é hora de se limpar de certos resíduos acumulados em nossa alma. Este Exu tem forte aproximação com Exu do Lodo, porém Exu do Lixo atua em zonas mais urbanas, já no caso do Exu do Lodo na parte mineral.
Em algumas vertentes de Kimbanda o Povo do Lixo costuma ser chefiado pelo Exu Ganga e em outras é chefiado pelo Exu Mulambo e Pombagira
Mulambo.
Você pode cultuá-lo próximo onde tenha muitos lixos, basta colocar um copo com aguardente (marafo) e um cigarro. Algumas pessoas costumam pôr em cima do lixo, porém não recomendamos caso tenha muitas sacolas plásticas para evitar um incêndio.
Exu João Caveira
Esta entidade possui extrema lealdade com Exu Caveira e o Tata Caveira. João Caveira, assim como boa parte dos “Caveiras”, são extremamente perigosos por serem veloz e terem poderes e forças conectados a própria morte.
Há um ditado popular bem antigo “quando o Diabo não vem, ele manda o secretário”, João pode vir no lugar do Exu Caveira receber os trabalhos e até mesmo se apresentar de forma idêntica ao seu mestre, o que acaba fazendo muitas pessoas confundirem e achando que são a mesma entidade, apenas mudando o nome. O que podemos reparar nas vivências iniciáticas é que um espírito nunca costuma andar sozinho, sendo natural quando cantar para Exu Caveira, o senhor João Caveira aparecer também durante as giras.
Alguns o considera um Exu diplomático, por ter o hábito de conquistar as pessoas com muita facilidade fazendo-as crer em todas as suas palavras e, quando é necessáeio, pode até agir como manipulador. Devido ese lado do João Caveira, alguns estudiosos consideram-o “Protetor dos golpistas”, porém em nossa tradição não somos adeptos a este tipo de pensamento, pois no nosso entendimento ele pode manipular os golpistas e costuma puni-los.
João Caveira dentro do Reino da Kalunga, age de forma veloz, pois ele guarda as entradas nos cemitérios, além de fazer rondas nas ruas próximas ao cemitério, tem total facilidade em trabalhar nos sub-reinos. O ato de rondar todas as regiões lhe permite impedir que forças contrárias age da maneira que bem entender.
Este Exu é um grande apreciador de carnes cruas e cachaças. Em suas aparições costuma ser de um esqueleto, corcunda, que passa a sensação de estar carregando muito peso nas costas e muita das vezes pode aparecer com corremtes arrastando por onde passa, representando um antigo porteiro guardião. Alguns de seus médiuns afirmam que ao sentir a presença dele, notam algo muito forte nos ossos que somente é aliviado após o final da incorporação.
PONTOS CANTADOS
Portão de ferro cadeado é de madeira, quem manda na Calunga ainda é o Exu Caveira (X2)
Mas ele mora, naquela morada, onde não corre água, onde nem brilha o sol
Mas ele é João Caveira é, um Exu das Almas, da Calunga é (X2)
Mas ele mora, naquela morada, onde não corre água, onde nem brilha o sol
Mas ele é João Caveira é, um Exu das Almas, da calunga é (X2)
Ponto de demandar na força de João Caveira
Quem deve pro Caveira na Calunga vai pagar
Quem paga o Caveira, o Exu vai lhe ajudar
Quem deve pro Caveira na Calunga vai pagar
Quem paga o Caveira, o Exu vai lhe ajudar
Ponto de Exu João Caveira para matanças
Se matar um boi, mata na porteira (X4)
Come a carne toda e deixa os ossos pro Caveira (X2)
João Caveira, canela e osso virou em pó (X2)
Ponto de João Caveira para matanças II
Se a porteira é lá, deixa o boi passar, se ele não morrer aqui, morre em qualquer lugar (X2)
Mas se ele não morrer aqui, morre em qualquer lugar (X2)
Ponto de chamada do João Caveira
Por onde vai corcunda com tanta carreira? (X2)
É no portão do cemitério que vou chamar João Caveira (X2)
OFERENDA
Elementos necessários
✓ Um alguidar médio
✓ Sete bifes de porco (sem ossos)
✓ Azeite de dendê
✓ Sal
✓ Sete pimentas malaguetas
✓ Farinha de mandioca
✓ Um charuto
✓ Uma vela vermelha e preta
✓Uma cachaça (de preferência Caninha da Roça ou algo bem forte).
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com um pouco de cachaça e espere secar. Faça uma farofa de farinha de mandioca com azeite de dendê, não muito úmida, mas que fique bem amarela. Ponha os bifes crus, despejando um pouco de dendê em cima e uma pitada de sal. Podendo enfeitar em volta com pimentas. Ao terminar, se caso não tiver assentamento deste ancestral em seu terreiro (terreno/casa), aconselho que leve para o portão do cemitério ou encruzilhada na rua do cemitério ou nas proximidades. Ponha no chão e despeje todo conteúdo da bebida fazendo um círculo em volta, ponha o charuto dentro do alguidar e faça seus pedidos, não esquecendo de acender uma vela. Ao terminar, saia sem olhar para trás.
Algumas pessoas em despachos para contribuir com meio ambiente, costuma colocar a oferenda em morim (pano) vermelho e preto, e colocando a comida em cima para o Exu receber no chão mesmo, o que também é válido. Particularmente não temos o costume de por copos de vidros ou plásticos com bebidas dentro ou de deixar garrafas de vidros e plásticos em despachos, despejamos tudo sobre o chão e baforamos saudando os quatros pontos cardeais. Ao ir embora, deixamos as garrafas em um lixo que encontrarmos no caminho.
OBSERVAÇÕES: os mesmos pontos cantados e oferendas dadas para o Exu Caveira, é aceita pelo João Caveira. Até mesmo pelo fato dele se manifestar em nome do Exu Caveira.
Exu Cainana
Esta entidade possui origem na cultura indígena brasileira, sendo aquele que é meio serpente e meio homem. O culto a este espírito se deu dentro da Kimbanda com o surgimento da Linha dos Caboclos Kimbandeiros, suas origens está ligada a lenda dos filhos gêmeos da serpente boiçú, que nos aponta um certo direcionamento do porquê na cantiga das mais conhecidas deste Exú, cita “Exu Cainana, que te matou Cainana?”, é um conto muito antigo da região Amazonas no território brasileiro, vejamos:
“Há muito tempo atrás quando os deuses indígenas ainda reinavam nesta terra, o maior entre eles criou três espiritos que tinham a forma de serpentes. Esse deus se chamava Yamandú. E era ele que governava sobre todas as divindades. As três serpentes sagradas eram Boiçú (a cobra grande), Boiúna (a cobra negra) e Boitatá (a cobra de fogo). As três eram muito temidas pelos índios, pois eram terríveis. Um dia a serpente Boiçú estava nadando nas águas de um rio quando viu próximo a margem uma belíssima índia que se banhava. Boiçú tinha o hábito de engolir todos os homens que encontrava, mas a Índia era tão bela que ele se apaixonou. Boiçú usou seus poderes para se transformar em um homem e a beleza de sua forma humana era tão diferenciada devido ao encanto que a índia quando o viu também se apaixonou. Ela tanto falava com o homem, mas ele não falava nada. Apenas a olhava com uma expressão de desejo no olhar. Boiçú e ela se amaram naquele local, mesmo estando nas águas do rio. Após terem se envolvido sexualmente, o feitiço se desfez e o homem voltou a sua forma de serpente. A índia quando percebeu que estava abraçada a uma serpente, ficou assustada e desnorteada, desesperada correu para longe, voltando para sua aldeia.
Dias depois ela descobriu que estava grávida e como ela era jovem, não teve coragem de contar para os seus familiares sobre o que havia ocorrido. Com o passar dos meses a barriga cresceu e a aldeia inteira quis saber quem era o pai da criança. Mas ela se negava a falar. Foi então, que chamaram o Pajé para falar com ela. Como ele era um homem iniciado numa magia muito antiga, usou de seus meios para fazer ela dizer a verdade. O Pajé ficou muito preocupado quando soube que ela estava grávida da serpente Boiçú. Ele acompanhou toda a gestação usando de sua pajelança para apaziguar os espíritos que estavam crescendo dentro do útero da jovem. No dia do parto houve uma surpresa, não haviam crianças, o que saiu de dentro dela foram duas cobras: uma branca (macho) e uma preta (fêmea). O Pajé quando viu a índia na esteira e as cobras no chão diante das pernas que estavam abertas da mãe, reparou que elas rastejavam sem enconstar com as cabeças no solo, e por isso as chamou de “Boi-Caninana”, que significa “serpente que tem a cabeça erguida”. A índia então as batizou de Caninana. Ela manifestou o desejo de ficar com as duas Caninanas, mas o Pajé a alertou que elas teriam o caráter de Boiçú e que era muito perigoso ficar com elas na aldeia.
A índia muito triste, foi até um rio e deixou as duas na margem. O Pajé realizou feitiços para fazer as serpentes se afastarem e elas foram embora. O tempo passou e elas cresceram, ficaram gigantescas do tamanho do pai Boiçú. E assim como ele, as duas cobras tinham o poder de se transformar em gente. Eles então se transformavam e iam para as festas nas aldeias, além de visitar os povoados dos homens brancos.
Por viverem muito entre esses homens brancos, a cobra macho recebeu deles um nome português de ‘Norato’ e a fêmea de ‘Maria’. Maria Caninana e Norato Caninana.
Eles dois eram como unha e carne, viviam juntos. Norato era um galante, ele amava se transformar em gente para seduzir as moças. Diferente da Maria que era perversa, em forma de cobra ou de mulher, ela só fazia maldades. Quando ela estava em forma de cobra matava os bichos da floresta, os peixes do rio, virava as embarcações e engolia os pescadores. Quando estava em forma de mulher, seduzia os homens e os levava para o matagal, onde os matava ou ia para o rio onde os afogava.
Norato amava Maria, mas ele mesmo tinha medo dela. Ela fazia coisas monstruosas, maldades inimagináveis com todas as criaturas que cruzavam seu caminho, herdando o lado monstruoso de seu pai, diferente que Norato que ficou com lado mais sedutivo e de desejos.
Um dia Norato tomou coragem e quando Maria Caninana estava dormindo em forma de cobra, ele a matou. Foi o único jeito que ele achou para parar os terríveis massacres. Maria Caninana deixou sua forma física e se transformou em um espírito encantado. Norato seguiu sozinho com uma meta na cabeça de querer deixar de se cobrar para virar homem para sempre. Toda vez que ele se transformava em homem, ele deixava o seu corpo de serpente dormindo na margem do rio e seguia em forma humana para os festejos, porém ele só podia ser homem durante a noite.
Norato tomou coragem e voltou a aldeia de sua mãe, durante uma madrugada, ele procurou o Pajé e perguntou a ele como fazer para abandonar a sua forma de Cobra Caninana.
O Pajé consultou os espíritos e revelou que havia um rito bem simples, Norato devia pedir para alguém ir até seu corpo de serpente e colocar leite dentro da boca, depois cortar a pele da cobra, o suficiente para fazê-la sangrar. Norato foi até sua mãe e implorou a ela para ir no rio fazer o rito, ela aceitou ajudar e foi, mas quando viu a cobra gigantesca, não teve coragem de se aproximar e desistiu. Ele passou então a ir todas as noites nas aldeias e nos vilarejos para pedir ajuda para suas muitas namoradas, mas nenhuma delas teve coragem. Para sua sorte, ele conheceu um homem muito valente. Norato era tão belo que até os homens o olhavam de um modo diferente.
Esse homem disse a ele que teria a coragem para fazer o rito, e ele fez! Ele jogou leite na boca da cobra e a cortou com um facão. O corpo da cobra pegou fogo e desapareceu, Norato se tornou humano. Ele viveu a sua vida cheia de amores e de festas, até que morreu na sua fase de idade avançada.
Quando morreu se tornou um espírito encantado e voltou para junto de Maria. São uma dupla encantada, Maria Caninana e Norato Caninana.”
Nas regiões sudeste do Brasil, o nome Caninana virou “Kainana”, Maria, a Pombagira Kainana e Norato, o Exú Kainana. Esta entidade é um Exu dos tempos antigos, possuindo grandes poderes espirituais. Protetor dos caminhantes, dos viajantes, daqueles que trabalham nas estradas, e inimigo das desigualdades sociais. Grande amigo dos que procuram nas necessidades, a maioria dos Exus das florestas, são espíritos muito antigos, que não gostam muito de barulhos e a maioria é de pouca conversa, não gostando de ser chamado por diversas vezes a virem em terra (incorporar). Segundo o Mestre de Kimbanda Alberto Júnior, Exu Kainana ou Cainana, teria uma total ligação com o Exu Cobra que é um dos comandantes das falanges dos espíritos que se encantam em cobras.
PONTOS PARA EXU CAINANA EM DIFERENTES VERSÕES
VERSÃO 1
Exu Cainana, quem te matou Cainana? (2×)
Foi seu Tranca-Ruas, foi seu Marabô, foi Exu do Lodo
Cainana, mas quem te matou?
Exu Cainana, quem te matou Cainana? (2×)
OBS: Nesta primeira versão costuma ser citado diversos Exus pertencentes ao terreiro.
VERSÃO 2
Exu Cainana, quem te matou, Cainana? (×2)
Na beira do rio, Cainana
Alma já minou, Cainana
Exu Pantera, Cainana, ele não bambeia!
Exu Cainana, quem te matou, Cainana? (×2)…
VERSÃO 3
Exu Cainana, quem te matou Cainana? (×2)
Eu tava na beira do rio, Cainana
Uma cobra me mordeu, Cainana
Eu chamei Seu Exu Cobra, Cainana
Ele é grande amigo meu…
Exu Cainana, quem te matou Cainana? (×2)
Eu tava na beira do rio, Cainana
Uma cobra me mordeu, Cainana
Eu chamei Seu Exu das Matas, Cainana
Ele é grande amigo meu…
Essa cobra é Cainana (×2)
Porque teus pés não me engana
Eu fui no alto da serra, na serra do Amazonas,
Lá no alto eu encontrei, eu avistei Cainana
Essa cobra é Cainana (×2)
Porque teus pés não me engana.
CRÉDITOS:
Artistas da imagem destaque: Marcio Takara e Marcelo Maiolo.
Exu Pantera Negra
Quando qualquer kimbandeiro pensa na Linha dos Caboclos Kimbandeiros, é quase impossível não pensar no Senhor Pantera Negra, pois ele é o chefe desta linha. Ouvir o nome “Pantera Negra”, faz com que o cérebro humano possa associar com um felino de grande porte e pele escura, cuja presença causa enorme impacto e temor por muitos. O Exu Pantera Negra é um espírito com alto envolvimento com a cultura indígena, um guerreiro da tribo, caçador e feiticeiro. Há muitos pensamentos a respeito do motivo do nome de batismo ser “Pantera Negra”, mas ao analisar tribos indígenas, encontramos povos que dão nomes de animais aos bravos guerreiros da tribo, principalmente num aspecto mais xamânico, onde o animal do poder em que a pessoa tem ligação pode passar a ter o nome daquele mesmo animal. O nome Pantera Negra nos traz o sentido do que possui enorme coragem, agilidade e também costuma ser terrível.
Este Exú tem enormes forças para vencer demandas, pode realizar trabalhos de ataques, tendo estilo de comportamento ligado a Pantera. Esta entidade tem o poder de curar doenças consideradas incuráveis, além de possuir um poder de enriquecer quem a ele recorrer. O fato dele participar da Linha dos Caboclos Kimbandeiros não é atoa, pois é uma das linhas de espíritos que se apresentam como índios, possuindo especialidades nos trabalhos de cura, desobstrução, favorecimento de riquezas materiais e tesouros, são exímios guerreiros.
Pantera Negra não é o nome de uma espécie de animais. É um termo abrangente que se refere a qualquer felino grande e com pelo preto. Esta condição de cor é causada pelo gene agouti, que regula a distribuição do pigmento preto dentro da haste do pelo, de acordo com a Universidade da Califórnia em Davis. É mais conhecido nos leopardos, que vivem na Ásia e na África, e nas onças-pintadas, habitantes da América do Sul.
De acordo com o Big Cat Rescue, a coloração é ocasionada por uma melanina excedente, um animal que acaba adquirindo esta condição é conhecido como “melânico”. Na Kimbanda à legião “Pantera Negra” são idênticos ao animal, agem de forma veloz, agressivos, preferem ficar isolados, costumam se movimentar silenciosamente. O animal Pantera Negra possui uma das mordidas fortes e letais no reino animal e ostenta unhas afiadas como sua forma de arma natural.
A linha dos Caboclos Kimbandeiros é comandada pelo seu chefe Exu Pantera Negra e são componentes desta falange espiritual:
1. Exu 7 Cachoeiras
2. Exu Tronqueira
3. Exu 7 Poeiras
4. Exu das Matas
5. Exu 7 Pedras
6. Exu do Cheiro
7. Exu Pedra Negra
》Pomba Gira – Da Figueira.
Cada uma destas entidades citadas, possui diversos espíritos subordinados a eles. São os principais seres que administram e estão mais próximo do trono do Reino das Matas.
PONTO CANTADO DE CHAMADA
Vermelho é a cor do sangue do meu pai
E verde é a cor das matas
Vermelho é a cor do sangue do meu pai
E verde é a cor das matas
O Saravá o Exu Pantera Negra
O Saravá as matas que ele mora
PONTO CANTADO PARA PROTEÇÃO
Eu vou fazer magia negra e um pacto com cão
Eu vou fazer magia negra e um pacto com cão
Eu vou chamar Pantera Negra que é pra minha proteção
Eu vou chamar Pantera Negra que é pra minha proteção
OFERENDA
Elementos necessários:
✓ Um alguidar grande
✓ Milho vermelho
✓ Um pimentão verde
✓ Uma cebola
✓ Azeite de dendê
✓ Sete charutos
✓ Uma vela branca
✓Cachaça
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com um pouco de cachaça e espere secar. Corte bem picadinho a cebola e o pimentão, misture com o milho vermelho em uma panela, torre no azeite de dendê (não deixe ficar preto) e depois ponha no alguidar. Caso não tenha assentamento leve para uma boca de mata ou subida de uma serra que tenha trilhas, ponha o alguidar no chão (ou use folha de bananeira), acenda sete charutos em volta fazendo seus pedidos e arrumando eles na borda do alguidar. Despeje cachaça em volta do alguidar e acenda uma vela branca ao lado, fazendo seus pedidos ao Exu Pantera Negra.
Exu Ganga
A palavra ‘Ganga‘ é uma corruptela da uma palavra africana de origem bantu ‘Nganga‘ que significa feiticeiro. O grupo de seres comandos pelo Exu Ganga são antigos feiticeiros africanos que lutaram contra as imposições do Cristianismo, alguns acreditsm que ao longo desta luta estes espíritos de obscureceram.
A forma de aparição desta entidade é com uma roupagem cinza e preta, a sua presença costuma ser notada pelo forte cheiro de carne podre. Os trabalhos para este Exú são feitos exclusivamente nos cemitério, seja para o bem ou para o mal, podendo o mesmo curar ou matar, conforme a solicitação.
Cabalisticamente é conhecido pelo nome de Damoston, ocupando a posição de quinto comandado do Exu da Meia-Noite, possui alto poder maléfico e não permite traições.
Exu Ganga consegue curar pessoas de doenças desconhecidas, além de ter um alto conhecimento sobre plantas, pós e encantamentos.
PONTO CANTADO
Se você ver um vulto na mata, bebendo sangue no pé do maricá (bis)
A cobra piando, a coruja vigia, a mata se estraga quando o homem caminha
Guia encarnado se apresenta na gira
Seus olhos cor de sangue Exu da cura vem trabalhar
Ooo pegou fogo, fogo pegou, Ganga lá no mato eu vou chamar seu Marabô (bis).
Exu Brasa
Cabalisticamente é conhecido pelo nome de Haristum.
Esta entidade apresenta-se trajando um manto vermelho, forrado de preto. Seu curiador é marafo (cachaça), que costuma poder querer com sumo de pimenta. É a entidade que domina os incêndios e o fogo, nos trabalhos costuma pedir “Fundanga” ou “Fundunga” (pólvora), acendendo a mesma com seu próprio charuto, pois, a explosão há deslocamento, desprendendo-se os “miasmas” (cargas de más influências), purificando o ambiente. Se caso tiver o assentamento desse Exu em um local para culto, é bom ter ao lado, quando for presenteá-lo, uma panela de barro ou de ferro com um braseiro feito de pequenas pedras de carvão. Levando até mesmo o presente para as ruas, logo após as brasas apagarem.
Este Exú é o segundo comandado de Exu Caveira. E como podemos pensar, ele tem um total e completo domínio sobre o fogo e a pólvora. Quero salientar que é normal na Quimbanda, os praticantes ingerirem gasolina, andar em brasas de fogo, beber diversas garrafas de marafo sem ficarem bêbados, isto são demonstração de coragens e provas de teste que o espírito realmente está presente.
PONTO CANTADO
Eu vi um caldeirão ferver, é o Exu Brasa que acabou de chegar
Girando e dominando o fogo, da sua morada ele acaba de chegar
Exu Brasa é um Exu do Fogo, tudo transforma também pode aniquilar
No calor das chamas saúdo suas forças
Laroyê Iná Iná Mojubá
Eu vi um caldeirão ferver, é o Exu Brasa que acaba de chegar
Girando e dominando o fogo, da sua morada ele acaba de chegar
Exu Brasa é um Exu do Fogo, tudo transforma também pode aniquilar
No calor das chamas saúdo suas forças
Laroyê Iná Iná Mojubá
Eu vi um caldeirão ferver, é o Exu Brasa que acaba de chegar
Girando e dominando o fogo, da sua morada ele acaba de chegar
Exu Brasa é um Exu do Fogo, tudo transforma também pode aniquilar
No calor das chamas saúdo suas forças
Laroyê Iná Iná Mojubá
Esta cantiga usamos depois de saudar o Maioral, para que o Exu Brasa traga força nas chamas de nosso caldeirão.
Exu Pimenta
Cabalisticamente é conhecido pelo nome de Trimasael.
Esta entidade ocupa a posição de segundo comandado do Exu Meia-Noite. O nome “Pimenta” está relacionado com o efeito de calor e euforia que a manifestação deste Exu faz, (é como se alguém tivesse tomado um banho de molho de pimentas). Possui o segredo da confecção dos filtros do amor e do que é afrodisíaco, é capaz de ajudar a superar as dificuldades do nosso dia a dia, tem um gigantesco poder de afastar os inimigos, além de usar as energias que são emanadas para queimar os inimigos.
Grande conhecedor da liga dos metais e da química em geral, suas manifestações podem ser notadas pelo forte cheiro de pimenta. Apresenta-se como um verdadeiro Mago, envolvido por uma camada de vapores químicos. Seu curiador é o marafo, mas pode variar até às bebidas mais finas. É um dos guardiões da ancestralidade contida na Kalunga das Matas e possui uma ligação com o Exu Sete Montanhas e o Exu Pantera Negra.
Exu Pimenta ensina que deve ser locado suas oferendas em estradas próximas às matas, ou até mesmo em colinas, morros altos e grutas.
OFERENDA
Elementos necessários:
Um alguidar médio
Um pano vermelho
Um molho de pimenta-malagueta
Azeite de dendê
Sete pimentas vermelhas grandes inteiras
Sete cachaça (ou vinho tinto suave)
Sete velas
Sete charutos.
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com um pouco de cachaça, ao secar, ponha o pano vermelho enforrando. Faça uma farofa de molho de pimenta com sete gotas de azeite dendê, deixando ela ficar um pouco úmida e pondo dentro do alguidar. Coloque sete pimentas por cima enfeitando. Leve em um morro alto e ponha debaixo de uma árvore, acenda os charutos fazendo seus pedidos e pondo dentro do alguidar acessos, acenda sete velas e despeje bastante cachaça em volta, fazendo seus pedidos a Exu Pimenta. Ao terminar, saia sem olhar para trás.
1° PONTO CANTADO
🎶 Passei pelos Sete Reinos, lá no inferno Exu me respondeu (2X)
Salve o povo de Meia-Noite e Cheiroso, foi Exu Pimenta que apareceu (2X) 🎶
🎶 Apareceu apareceu apareceu Exu Pimenta me respondeu (2X)
2° PONTO CANTADO
🎶 Todo mundo quer, mais ninguém aguenta (2X)
E vem chegando a falange do Pimenta (2X) 🎶
3° PONTO CANTADO
🎶 Macumba sem Exu não existe, macumba sem Exú não há (2x) 🎶
🎶 Procura com uma vela acessa igual Exu Pimenta ninguém vai encontrar (2x)🎶
Exu Mirim
Cabalisticamente é conhecido pelo nome de Serguth.
Esta entidade se manifesta na forma de uma criança endiabrada, que adora pregar travessuras, misturando-se, até em festas ou trabalhos dedicados exclusivamente aos Ibejis (Erês), causando transtornos aos chefes de terreiros.
Gosta de ajudar as pessoas e tem grande influência sobre as crianças e mulheres. A sua atuação em trabalhos maléficos produz efeitos aterrorizantes, os quais nenhum outro Exu poderá desmanchar nem participar, pois, segundo a lei férrea da Quimbanda, eles são invulneráveis por serem considerados normais a traquinagens dos Exus Mirins. Somente eles próprios podem desmanchar, os seus trabalhos maléficos, aos quais consideram brincadeiras.
Uma das únicas maneiras de adoçar, amansar, ou abrandar a fúria dos Exus Mirins, é presenteá-los com doces, brinquedos, guaranás, entre outros, desta forma, anulando suas ações nefastas. Muito poderoso para “amarrações” sentimentais ou amorosas, possui dom da fala e da comunicação. Exu Mirim e a sua poderosa falange apreciam todas as guloseimas, principalmente as escuras. Em seus trabalhos gosta muito de guaraná, licores açucarados como oferenda para curiar.
PONTO CANTADO
Exu Mirim criança levada
Venha, venha brincar no congá
Venha sorrir e da gargalhadas
Venha cuidar desta casa e brincar.
Exu Mirim criança levada
Venha, venha brincar no congá
Venha sorrir e da gargalhadas
Venha cuidar desta casa e brincar.
Quando sair Exu Mirim
Leve tudo que não é daqui
Volte sempre e cuide de mim
Pra que eu também possa sorrir
2° PONTO CANTADO
Mas na lua cheia o malvadinho chegou, que
garoto dos infernus, Exu Mirim é quem chegou..
OFERENDA
Elementos necessários:
Alguidar médio
Farinha de mandioca
Mel
Sete docinhos morenos
Guaraná
Sete velas vermelhas e pretas.
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com um pouco de guaraná, ao secar, faça uma farofa um pouco úmida de farinha de mandioca e mel. Ponha sete docinhos por cima, leve para o assentamento ou para uma boca de mata ou pracinha de preferência onde crianças brincam. Ponha o alguidar no chão, despeje o guaraná em volta, fazendo seus pedidos ao Exu Mirim. Acenda as velas e ao terminar, saia sem olhar para trás.
Exu Pedra Negra
Cabalisticamente é conhecido pelo nome de Claunech.
Esta entidade se apresenta na forma de um cavaleiro elegante. É o décimo sexto comandado do Exu Calunga. Grandioso solucionador de casos financeiros, quando é invocado. Pois tem grande poder sobre a riqueza, protegendo as pessoas em dificuldades financeiras. Auxilia nas descobertas de tesouros escondidos, gosta de frutas, principalmente de jamelão, além de vinho tinto, no qual tem o costume de misturar com mel de abelhas.
OFERENDA
Elementos necessários:
Um alguidar grande
Sete bananas
Frutas cristalizadas
Bife bovino
Figado
Vinho tinto
Farinha de mandioca branca
Sete velas brancas
Sete batatas
Milho torrado
Azeite de dendê
Pipoca.
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com água, ao secar, ponha farinha de mandioca branca com vinho tinto, fazendo uma farofa úmida. Coloque um punhado de milho torrado (não queimado) que foi feito com algumas gotinhas de dendê, em cima. Refogue o fígado, bife e batatinhas, e coloque por cima. Ponha as frutas enfeitando dentro do prato, faça um pouquinho de pipoca e coloque-as enfeitando. Leve para seu assentamento esta oferenda ou para as matas ou serras, oferecendo ao Exu Pedra Negra, despeje um pouco de vinho tinto em volta da oferenda, acenda as velas brancas, com total cuidado com a natureza, ao sair, não olhe para trás.
PONTO CANTADO PARA USAR EM PEDIDOS
Não sei o que faço,
Não sei o que resolver,
Estou desesperado,
Estou para morrer.
Exu da Pedra Negra,
Vem me ajudar,
Faz entrar dinheiro,
Para me salvar.
PONTO CANTADO DE CHAMADA
Tem pedra na pedreira, Exu da pedra no terreiro (2x)
Tem Exu, Pedra Negra Quimbandeiro (2x)