Exu João Caveira
Esta entidade possui extrema lealdade com Exu Caveira e o Tata Caveira. João Caveira, assim como boa parte dos “Caveiras”, são extremamente perigosos por serem veloz e terem poderes e forças conectados a própria morte.
Há um ditado popular bem antigo “quando o Diabo não vem, ele manda o secretário”, João pode vir no lugar do Exu Caveira receber os trabalhos e até mesmo se apresentar de forma idêntica ao seu mestre, o que acaba fazendo muitas pessoas confundirem e achando que são a mesma entidade, apenas mudando o nome. O que podemos reparar nas vivências iniciáticas é que um espírito nunca costuma andar sozinho, sendo natural quando cantar para Exu Caveira, o senhor João Caveira aparecer também durante as giras.
Alguns o considera um Exu diplomático, por ter o hábito de conquistar as pessoas com muita facilidade fazendo-as crer em todas as suas palavras e, quando é necessáeio, pode até agir como manipulador. Devido ese lado do João Caveira, alguns estudiosos consideram-o “Protetor dos golpistas”, porém em nossa tradição não somos adeptos a este tipo de pensamento, pois no nosso entendimento ele pode manipular os golpistas e costuma puni-los.
João Caveira dentro do Reino da Kalunga, age de forma veloz, pois ele guarda as entradas nos cemitérios, além de fazer rondas nas ruas próximas ao cemitério, tem total facilidade em trabalhar nos sub-reinos. O ato de rondar todas as regiões lhe permite impedir que forças contrárias age da maneira que bem entender.
Este Exu é um grande apreciador de carnes cruas e cachaças. Em suas aparições costuma ser de um esqueleto, corcunda, que passa a sensação de estar carregando muito peso nas costas e muita das vezes pode aparecer com corremtes arrastando por onde passa, representando um antigo porteiro guardião. Alguns de seus médiuns afirmam que ao sentir a presença dele, notam algo muito forte nos ossos que somente é aliviado após o final da incorporação.
PONTOS CANTADOS
Portão de ferro cadeado é de madeira, quem manda na Calunga ainda é o Exu Caveira (X2)
Mas ele mora, naquela morada, onde não corre água, onde nem brilha o sol
Mas ele é João Caveira é, um Exu das Almas, da Calunga é (X2)
Mas ele mora, naquela morada, onde não corre água, onde nem brilha o sol
Mas ele é João Caveira é, um Exu das Almas, da calunga é (X2)
Ponto de demandar na força de João Caveira
Quem deve pro Caveira na Calunga vai pagar
Quem paga o Caveira, o Exu vai lhe ajudar
Quem deve pro Caveira na Calunga vai pagar
Quem paga o Caveira, o Exu vai lhe ajudar
Ponto de Exu João Caveira para matanças
Se matar um boi, mata na porteira (X4)
Come a carne toda e deixa os ossos pro Caveira (X2)
João Caveira, canela e osso virou em pó (X2)
Ponto de João Caveira para matanças II
Se a porteira é lá, deixa o boi passar, se ele não morrer aqui, morre em qualquer lugar (X2)
Mas se ele não morrer aqui, morre em qualquer lugar (X2)
Ponto de chamada do João Caveira
Por onde vai corcunda com tanta carreira? (X2)
É no portão do cemitério que vou chamar João Caveira (X2)
OFERENDA
Elementos necessários
✓ Um alguidar médio
✓ Sete bifes de porco (sem ossos)
✓ Azeite de dendê
✓ Sal
✓ Sete pimentas malaguetas
✓ Farinha de mandioca
✓ Um charuto
✓ Uma vela vermelha e preta
✓Uma cachaça (de preferência Caninha da Roça ou algo bem forte).
MODO DE PREPARO – lave o alguidar com um pouco de cachaça e espere secar. Faça uma farofa de farinha de mandioca com azeite de dendê, não muito úmida, mas que fique bem amarela. Ponha os bifes crus, despejando um pouco de dendê em cima e uma pitada de sal. Podendo enfeitar em volta com pimentas. Ao terminar, se caso não tiver assentamento deste ancestral em seu terreiro (terreno/casa), aconselho que leve para o portão do cemitério ou encruzilhada na rua do cemitério ou nas proximidades. Ponha no chão e despeje todo conteúdo da bebida fazendo um círculo em volta, ponha o charuto dentro do alguidar e faça seus pedidos, não esquecendo de acender uma vela. Ao terminar, saia sem olhar para trás.
Algumas pessoas em despachos para contribuir com meio ambiente, costuma colocar a oferenda em morim (pano) vermelho e preto, e colocando a comida em cima para o Exu receber no chão mesmo, o que também é válido. Particularmente não temos o costume de por copos de vidros ou plásticos com bebidas dentro ou de deixar garrafas de vidros e plásticos em despachos, despejamos tudo sobre o chão e baforamos saudando os quatros pontos cardeais. Ao ir embora, deixamos as garrafas em um lixo que encontrarmos no caminho.
OBSERVAÇÕES: os mesmos pontos cantados e oferendas dadas para o Exu Caveira, é aceita pelo João Caveira. Até mesmo pelo fato dele se manifestar em nome do Exu Caveira.